A Resistência Intermitente
Durante o último Simpósio Mundial de Treinadores, realizado no final de Outubro de 2007 no Paraguai, houve uma apresentação que gerou bastante controvérsia, e que trouxe algo de novo para a modalidade. Essa apresentação esteve a cargo de Horacio Alselmi, um especialista Argentino em Treino e Preparação física, que trabalhou com nomes como Gaston Gaudio, Juan Martin del Potro, Nicolas Massu, Guilhermo Coria e David Nalbandian. Treinou vários medalhados Olímpicos em outros desportos, e é responsável pela preparação física de todos os escalões no clube de futubol Boca Juniores em Buenos Aires. Foi também director Nacional dos desportos de alto rendimento na Argentina. Com dupla licenciatura (quimica e Ciências do desporto) e doutorado em desporto, é actualmente professor na Universidade de Buenos Aires e do Instituto Argentino do desporto.
Existem dois tipos de desportos relativamente à classificação da resistência – os desportos cíclicos e os desportos acíclicos. Nos desportos cíclicos incluímos desportos que mantêm uma cadência mais ou menos semelhante ao longo de todo o período de esforço e que geralmente recorrem fundamentalmente a um tipo de fonte energética. Depois existem os chamados de desportos acíclicos, que são desportos em que há variações de intensidade ao longo da actividade.
Como sabemos, há 3 tipos de fontes energéticas, o sistema aéróbio, presente geralmente em esforços de baixa intensidade e duração relativamente longa, o sistema anaeróbio láctico, que provoca acumulação de ácido láctico no organismo, e que aparece quando um esforço intenso (que ultrapasse o limiar anaeróbio) se prolonga no tempo, e o sistema anaérobio aláctico, que é responsável por esforços intensos de curta duração (geralmente inferior a 10 segundos). Esta análise geralmente é feita de uma forma separada, bem como o seu treino.
Nos desportos acíclicos, que é o caso do ténis, sabíamos que o sistema aláctico representava um papel bastante importante, provavelmente o mais importante, tal como já tinha sido descrito por Schonborn, quando afirma que o ténis é 70% anaeróbio aláctico. No entanto, devido ao facto de ser um desporto de longa duração, ou seja, em que há vários esforços intensos, mas durante um longo período de tempo (por vezes 4 a 5 horas em torneios do grand slam), sempre se pensou que fosse necessário realizar um bom trabalho de base, mesmo com atletas de alto rendimento, de modo a melhorar a resistência de base antes de introduzir exercícios que estimulem os sistema aláctico, como fonte energética principal. Geralmente introduzia-se um trabalho de base aeróbia num período preparatório geral, incrementando-se um programa gradualmente mais intensivo á medida que nos íamos aproximando do período principal de competições. Estes sistemas partem de uma análise diferenciada dos diversos sistema energéticos, e sua consequente aplicação nos métodos de treino. É relativamente comum ver jogadores de todos os níveis e idades realizarem exercícios de corrida contínua, de 20 minutos, 30 minutos, e por vezes até de uma hora, sem qualquer tipo de aceleração. Desde o miúdo de 12 ou13 anos que começa a levar o ténis com maior seriedade, até ao atleta de alto rendimento num top 50 ATP (vi alguns a realizar o mesmo durante o Open da Austrália este ano). Sendo o ténis um desporto acíclico, o conceito de resistência intermitente entra aqui em acção. Quando questionado sobre os métodos usados para desenvolver a resistência dos seus atletas de modo a poderem aguentar jogos de alta intensidade durante 3, 4, 5, ou mesmo 6 horas de jogo, o autor referiu que NUNCA usa métodos contínuos...nem fora e nem dentro do court. Nesse momento, a plateia ficou toda calada e estupefacta, e toda a gente levantou o braço com perguntas para fazer, tendo-se gerado uma das conversas mais interessantes do simpósio (que atrasou em meia-hora a comunicação que se seguia), sendo que quando a ITF tentou interferir para passar à apresentação seguinte, foi claramente expulsa por quase todos os assistentes, que queriam fazer milhares de perguntas. Apenas A Federação espanhola e a Argentina e mais uma ou duas federações já conheciam e aplicavam este conceito, e já tinham iniciado a sua implementação em Espanha e nos seus respectivos países. Curiosamente, Espanha e Argentina são dois dos países mais avançados do mundo na nossa modalidade.
Segundo o Horacio, os esforços de duração inferior a 10 segundos, e que não causem desgaste total com fadiga elevada, se forem inseridos durante pelo menos 20 minutos numa relação entre esforço e recuperação que não seja superior a 1:2 (ex: 5 segundos de esforço para 10 segundos de pausa), fazem trabalhar o sistema aeróbio, mais especificamente o VO2 máx, usando a Creatina Fosfato (responsável pelo processo aláctico – ATP-CP) e desenvolvendo as fibras rápidas, que são aquelas que queremos desenvolver de modo a não diminuir a velocidade do atleta quando trabalhamos resistência (problema do método contínuo). Se utilizarmos o método contínuo uniforme (corridas prolongadas), o que se passa é que estamos a desenvolver as adaptações centrais ao esforço, ou seja, adaptações ao nível do coração, no entanto, as adaptações periféricas (musculares) não se irão desenvolver da forma como queremos. Todos nós já sentimos que depois de um periodo de treino prolongado sem competição, sentimos-nos lentos, e geralmente dizemos que precisamos ainda de alguns jogos em cima para entrar no ritmo. Naturalmente que há outros factores, mas o trabalho realizado durante esse periodo representa um papel fundamental nesta sensação. Não apenas o tipo de esforço realizado durante a parte física correspondente, como também a qualidade da bola de treino, ou seja, a espcificidade do treino. Sabemos que para um VO2máx em condições, é necessário haver adaptações centrais e periféricas, ou seja, o coração tem de ser capaz de bombear de uma forma potente e consistente para as células, mas as células em causa têm de ser capazes de aproveitar e distribuir o sangue que lá chega. Quando trabalhamos com métodos contínuos, o sangue é redireccionado para as chamadas de fibras lentas ou oxidativas, aumentando o número de capilares sanguíneos nessas mesmas células, que não serão depois aproveitados quando o jogador estiver em situação de esforço, visto que o que interessa é o aumento do número desses capilares sanguíneos nas fibras rápidas ou glicolíticas que estarão em constante produção ao longo de um jogo de ténis. Por outro lado, quando realizamos esforços intermitentes (não superiores a 10 segundos com um máximo de 1:2 de pausa e com uma duração mínima de 20 minutos), estamos a trabalhar igualmente as estruturas centrais de adaptação, visto que a partir de uma adaptação inicial ao esforço, em que há uma ligeira subida do lactato sanguíneo, este estabiliza, bem como a Frequência cardiaca (Anselmi, 2007), e a fonte energética principal passa a ser a fonte aeróbia, utilizando constantemente a creatina fosfato em cada período de esforço. Isto acontece devido a processos quimicos que ocorrem desde o início do esforço intermitente, e que estão bem explicados nas referências abaixo explicitadas. O que se passa é que a Creatina Fosfasto (CP) irá servir de fonte energética para o sistema aeróbio, o que à primeira vista parece uma contradição energética. Daí o autor aconselhar a suplementação em Creatina para aumento da resistência do jogador de alto rendimento!!! Sabíamos que a Creatina poderia fazer aumentar a força em cerca de 5 a 10 por cento (tanto na força máxima como na força explosiva), o que não se demonstrava significativo para a nossa modalidade, a não ser em níveis muito elevados, e para determinados tipos de jogo. No entanto, o facto desta suplementação fazer aumentar os níveis de resistência, faz a situação mudar de figura.
No meu trabalho na parte física do Gastão, este conceito já estava a ser inserido, sem no entanto conhecer uma resposta fisiológica total naquilo que preconizava. O introdução de métodos contínuos no trabalho de resistência era feita muito pontualmente, sendo quase que apenas usada para recuperação, ou antes do início de um bloco de treino. Tal como eu, outros treinadores e preparadores físicos aplicavam coisas semelhantes, sem que um estudo real houvesse soubre estes aspectos. Quando o Gastão esteve em Março deste ano com o Federer, fizeramexercicios que se assemelhava em muito ao exercícios que eu e o Luís realizáva-mos com ele. O preparador físico do Federer, que se encontrava presente, falou em exercícios intermitentes, visto que a Suiça foi uma das primeiras a ter acesso a esta informação (juntamente com a espanha no início deste ano), tendo-a implementado quase de imediato. Na altura, eu chamava a tudo trabalho intervalado, pelo que achei que era uma forma de eles denominarem de forma diferente um trabalho intervalado mais específico (era assim que aparecia no nosso programa). Curiosamente, nos testes que realizáva-mos na Faculdade ao nível do VO2 máx, os valores do Gastão eram baixos, o que poderia fazer crer um nível de resistência baixo. No entanto, raramente ele referia que se tinha sentido cansado durante um jogo, tendo mesmo realizado um jogo à melhor de 5 sets, com uma duranção de cerca de 4 horas no último embate da Taça Davis, em que me disse que estava bastante bem no 5º set, como se se tratasse de um 1º, e que não tinha sido por isso que tinha perdido (6/3 no 5º com Robin Haase). Na última avaliação que realizámos no final de Setembro, os valores de VO2máx contnuavam baixos, havendo no entanto um valor curioso – a adaptação inicial era bastante rápida, e indiciava um valor elevado, que com o prolongar contínuo do esforço não se verificava. Nesta apresentação, o Horacio falou precisamente disso, dizendo que o teste normal para avaliação do VO2 máx, não leva em atenção as adaptações periféricas nas fibras rápidas, estando desenhado para desportos cíclicos com avaliação da capilarização das fibras lentas. O que se estava a passar com a avaliação do gastão era precisamente essa, ou seja, a adaptação inicial era elevada porque era aquela que solicitava as fibras rápidas e a sua adaptação, sendo que com a estabilização naquele nível de esforço, as fibras lentas entravam em acção e havia automaticamente uma diminuição dos valores. Na altura pensei em algo deste género, no entanto não conseguia explicar com esta confiança e segurança nos parâmetros todos fisiológicos. O autor propõe diversos testes para avaliação de resistência intermitente, e todos eles têm obrigatoriamente de incluir períodos de pausa e esforços de elevada intensidade e curta duração de modo a não provocar acumulação de lactato.
A comprovação e explicação deste método e forma de pensar vem revolucionar o conceito da Bioenergética desportiva e os métodos de trabalho de determinados aspectos da preparação física que são determinantes...simplesmente excelente.
Existem dois tipos de desportos relativamente à classificação da resistência – os desportos cíclicos e os desportos acíclicos. Nos desportos cíclicos incluímos desportos que mantêm uma cadência mais ou menos semelhante ao longo de todo o período de esforço e que geralmente recorrem fundamentalmente a um tipo de fonte energética. Depois existem os chamados de desportos acíclicos, que são desportos em que há variações de intensidade ao longo da actividade.
Como sabemos, há 3 tipos de fontes energéticas, o sistema aéróbio, presente geralmente em esforços de baixa intensidade e duração relativamente longa, o sistema anaeróbio láctico, que provoca acumulação de ácido láctico no organismo, e que aparece quando um esforço intenso (que ultrapasse o limiar anaeróbio) se prolonga no tempo, e o sistema anaérobio aláctico, que é responsável por esforços intensos de curta duração (geralmente inferior a 10 segundos). Esta análise geralmente é feita de uma forma separada, bem como o seu treino.
Nos desportos acíclicos, que é o caso do ténis, sabíamos que o sistema aláctico representava um papel bastante importante, provavelmente o mais importante, tal como já tinha sido descrito por Schonborn, quando afirma que o ténis é 70% anaeróbio aláctico. No entanto, devido ao facto de ser um desporto de longa duração, ou seja, em que há vários esforços intensos, mas durante um longo período de tempo (por vezes 4 a 5 horas em torneios do grand slam), sempre se pensou que fosse necessário realizar um bom trabalho de base, mesmo com atletas de alto rendimento, de modo a melhorar a resistência de base antes de introduzir exercícios que estimulem os sistema aláctico, como fonte energética principal. Geralmente introduzia-se um trabalho de base aeróbia num período preparatório geral, incrementando-se um programa gradualmente mais intensivo á medida que nos íamos aproximando do período principal de competições. Estes sistemas partem de uma análise diferenciada dos diversos sistema energéticos, e sua consequente aplicação nos métodos de treino. É relativamente comum ver jogadores de todos os níveis e idades realizarem exercícios de corrida contínua, de 20 minutos, 30 minutos, e por vezes até de uma hora, sem qualquer tipo de aceleração. Desde o miúdo de 12 ou13 anos que começa a levar o ténis com maior seriedade, até ao atleta de alto rendimento num top 50 ATP (vi alguns a realizar o mesmo durante o Open da Austrália este ano). Sendo o ténis um desporto acíclico, o conceito de resistência intermitente entra aqui em acção. Quando questionado sobre os métodos usados para desenvolver a resistência dos seus atletas de modo a poderem aguentar jogos de alta intensidade durante 3, 4, 5, ou mesmo 6 horas de jogo, o autor referiu que NUNCA usa métodos contínuos...nem fora e nem dentro do court. Nesse momento, a plateia ficou toda calada e estupefacta, e toda a gente levantou o braço com perguntas para fazer, tendo-se gerado uma das conversas mais interessantes do simpósio (que atrasou em meia-hora a comunicação que se seguia), sendo que quando a ITF tentou interferir para passar à apresentação seguinte, foi claramente expulsa por quase todos os assistentes, que queriam fazer milhares de perguntas. Apenas A Federação espanhola e a Argentina e mais uma ou duas federações já conheciam e aplicavam este conceito, e já tinham iniciado a sua implementação em Espanha e nos seus respectivos países. Curiosamente, Espanha e Argentina são dois dos países mais avançados do mundo na nossa modalidade.
Segundo o Horacio, os esforços de duração inferior a 10 segundos, e que não causem desgaste total com fadiga elevada, se forem inseridos durante pelo menos 20 minutos numa relação entre esforço e recuperação que não seja superior a 1:2 (ex: 5 segundos de esforço para 10 segundos de pausa), fazem trabalhar o sistema aeróbio, mais especificamente o VO2 máx, usando a Creatina Fosfato (responsável pelo processo aláctico – ATP-CP) e desenvolvendo as fibras rápidas, que são aquelas que queremos desenvolver de modo a não diminuir a velocidade do atleta quando trabalhamos resistência (problema do método contínuo). Se utilizarmos o método contínuo uniforme (corridas prolongadas), o que se passa é que estamos a desenvolver as adaptações centrais ao esforço, ou seja, adaptações ao nível do coração, no entanto, as adaptações periféricas (musculares) não se irão desenvolver da forma como queremos. Todos nós já sentimos que depois de um periodo de treino prolongado sem competição, sentimos-nos lentos, e geralmente dizemos que precisamos ainda de alguns jogos em cima para entrar no ritmo. Naturalmente que há outros factores, mas o trabalho realizado durante esse periodo representa um papel fundamental nesta sensação. Não apenas o tipo de esforço realizado durante a parte física correspondente, como também a qualidade da bola de treino, ou seja, a espcificidade do treino. Sabemos que para um VO2máx em condições, é necessário haver adaptações centrais e periféricas, ou seja, o coração tem de ser capaz de bombear de uma forma potente e consistente para as células, mas as células em causa têm de ser capazes de aproveitar e distribuir o sangue que lá chega. Quando trabalhamos com métodos contínuos, o sangue é redireccionado para as chamadas de fibras lentas ou oxidativas, aumentando o número de capilares sanguíneos nessas mesmas células, que não serão depois aproveitados quando o jogador estiver em situação de esforço, visto que o que interessa é o aumento do número desses capilares sanguíneos nas fibras rápidas ou glicolíticas que estarão em constante produção ao longo de um jogo de ténis. Por outro lado, quando realizamos esforços intermitentes (não superiores a 10 segundos com um máximo de 1:2 de pausa e com uma duração mínima de 20 minutos), estamos a trabalhar igualmente as estruturas centrais de adaptação, visto que a partir de uma adaptação inicial ao esforço, em que há uma ligeira subida do lactato sanguíneo, este estabiliza, bem como a Frequência cardiaca (Anselmi, 2007), e a fonte energética principal passa a ser a fonte aeróbia, utilizando constantemente a creatina fosfato em cada período de esforço. Isto acontece devido a processos quimicos que ocorrem desde o início do esforço intermitente, e que estão bem explicados nas referências abaixo explicitadas. O que se passa é que a Creatina Fosfasto (CP) irá servir de fonte energética para o sistema aeróbio, o que à primeira vista parece uma contradição energética. Daí o autor aconselhar a suplementação em Creatina para aumento da resistência do jogador de alto rendimento!!! Sabíamos que a Creatina poderia fazer aumentar a força em cerca de 5 a 10 por cento (tanto na força máxima como na força explosiva), o que não se demonstrava significativo para a nossa modalidade, a não ser em níveis muito elevados, e para determinados tipos de jogo. No entanto, o facto desta suplementação fazer aumentar os níveis de resistência, faz a situação mudar de figura.
No meu trabalho na parte física do Gastão, este conceito já estava a ser inserido, sem no entanto conhecer uma resposta fisiológica total naquilo que preconizava. O introdução de métodos contínuos no trabalho de resistência era feita muito pontualmente, sendo quase que apenas usada para recuperação, ou antes do início de um bloco de treino. Tal como eu, outros treinadores e preparadores físicos aplicavam coisas semelhantes, sem que um estudo real houvesse soubre estes aspectos. Quando o Gastão esteve em Março deste ano com o Federer, fizeramexercicios que se assemelhava em muito ao exercícios que eu e o Luís realizáva-mos com ele. O preparador físico do Federer, que se encontrava presente, falou em exercícios intermitentes, visto que a Suiça foi uma das primeiras a ter acesso a esta informação (juntamente com a espanha no início deste ano), tendo-a implementado quase de imediato. Na altura, eu chamava a tudo trabalho intervalado, pelo que achei que era uma forma de eles denominarem de forma diferente um trabalho intervalado mais específico (era assim que aparecia no nosso programa). Curiosamente, nos testes que realizáva-mos na Faculdade ao nível do VO2 máx, os valores do Gastão eram baixos, o que poderia fazer crer um nível de resistência baixo. No entanto, raramente ele referia que se tinha sentido cansado durante um jogo, tendo mesmo realizado um jogo à melhor de 5 sets, com uma duranção de cerca de 4 horas no último embate da Taça Davis, em que me disse que estava bastante bem no 5º set, como se se tratasse de um 1º, e que não tinha sido por isso que tinha perdido (6/3 no 5º com Robin Haase). Na última avaliação que realizámos no final de Setembro, os valores de VO2máx contnuavam baixos, havendo no entanto um valor curioso – a adaptação inicial era bastante rápida, e indiciava um valor elevado, que com o prolongar contínuo do esforço não se verificava. Nesta apresentação, o Horacio falou precisamente disso, dizendo que o teste normal para avaliação do VO2 máx, não leva em atenção as adaptações periféricas nas fibras rápidas, estando desenhado para desportos cíclicos com avaliação da capilarização das fibras lentas. O que se estava a passar com a avaliação do gastão era precisamente essa, ou seja, a adaptação inicial era elevada porque era aquela que solicitava as fibras rápidas e a sua adaptação, sendo que com a estabilização naquele nível de esforço, as fibras lentas entravam em acção e havia automaticamente uma diminuição dos valores. Na altura pensei em algo deste género, no entanto não conseguia explicar com esta confiança e segurança nos parâmetros todos fisiológicos. O autor propõe diversos testes para avaliação de resistência intermitente, e todos eles têm obrigatoriamente de incluir períodos de pausa e esforços de elevada intensidade e curta duração de modo a não provocar acumulação de lactato.
A comprovação e explicação deste método e forma de pensar vem revolucionar o conceito da Bioenergética desportiva e os métodos de trabalho de determinados aspectos da preparação física que são determinantes...simplesmente excelente.
César Coutinho
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