Square Stance e Open Stance no Gesto Técnico de Direita.
Aquando do diagnóstico e correcção técnica dos jogadores, o domínio da biomecânica, tem ajudado os treinadores, a evitar uma análise correctiva baseada apenas nos aspectos analíticos do gesto técnico, centrando mais a observação na sua efectividade. Torna-se então importante, que os treinadores entendam que apesar de princípios biomecânicos e análise técnica estarem relacionados, são domínios de intervenção pedagógica diferentes. Isto é, dois jogadores podem ter técnicas completamente diferentes e, no entanto, usarem princípios biomecânicos durante a execução dos gestos técnicos, de um modo igual e apropriado, o que faz com que as duas técnicas sejam eficazes e não causem qualquer tipo de lesão. Ou seja, os treinadores devem ser exigentes do ponto de vista biomecânico, mas algo flexíveis na implementação de uma certa técnica, dando espaço para a individualidade de cada jogador (estilo pessoal).
Neste artigo iremos considerar a posição de square stance (posição semi-fechada) como uma posição em que a linha formada por ambos os pés se encontra perpendicular à rede, e a posição de openstance (posição aberta) com a linha formada pelos dois pés paralela à rede.
Uma das maiores preocupações dos jogadores de ténis, é encontrar a forma mais eficaz de aumentar a velocidade de execução, e consequentemente a velocidade da bola, sem no entanto perder controlo no respectivo gesto técnico. Este equilíbrio pode ser alcançado através do correcto desenvolvimento do momento linear e do momento angular e suas relações com as diversas posições dos segmentos corporais. Momento linear representa a quantidade de movimento linear que um corpo consegue produzir. No gesto técnico de direita, o momento linear é desenvolvido através de forças geradas no solo (GRF – Ground Reaction Force), aquando da flexão dos membros inferiores, sendo posteriormente transferidas da perna em posição posterior para a perna em posição anterior. No fundo, o momento linear está relacionado com a chamada transferência de peso “de trás para a frente”. Momento angular representa a quantidade de movimento angular que um objecto consegue produzir. No caso específico do movimento de direita, o momento angular é desenvolvido pela força opositora gerada pelo solo e tende a produzir uma sequência de rotações em diversos segmentos corporais (membros inferiores, anca, tronco, braço, pulso e raquete). Estas rotações quando eficazmente coordenadas com um correcto aproveitamento das estruturas musculares, vão incrementar a velocidade segmento a segmento da cadeia cinética até à raquete. Uma óptima rotação do tronco é fundamental para criar um eficaz momento angular. O tronco faz a ligação entre a energia gerada nos membros inferiores e o braço hábil que suporta a raquete. Está provado que a rotação do tronco está, não só relacionada com a velocidade da raquete, contribuindo em 10% da velocidade final da mesma, mas também com o pré-alongamento dos músculos responsáveis pela aceleração ao nível dos ombros, permitindo assim um maior uso das propriedades elásticas dos respectivos agonistas do movimento, bem como do ciclo muscular alongamento-encurtamento, que pode fazer aumentar a velocidade do segmento em cerca de 20% se realizado em tempos optimais (Besier et at, 1999).IActualmente, o ténis apresenta um carácter competitivo extremamente elevado, em que o sucesso dos jogadores, depende não só da condição física, da motivação e dos aspectos tácticos (Roetert et. al.,1992), citado por Crespo e Reid (2004), mas também da eficiência mecânica dos gestos técnicos individuais. Torna-se então extremamente importante para qualquer treinador, analisar e corrigir todo o tipo de erros mecânicos na performance dos jogadores, para ganhar então, um conhecimento biomecânico profundo, associado à execução dos diferentes gestos técnicos.
A execução do gesto técnico de direita em topspin, tem vindo a evoluir consideravelmente ao longo dos anos. Hoje em dia, os tenistas usam uma variedade de técnicas diferentes em relação às pegas, posições, fases de preparação (backswings) e fases de aceleração (forwardswings), para a execução do respectivo gesto técnico. No entanto, enquanto que alguns destes factores têm sido alvo de análises profundas, apenas muito recentemente se começou a estudar o impacto da posição adoptada pelo jogador em relação à bola, no sucesso final da execução do gesto técnico. Bahamonde e Knudson (1998), citados por Crespo e Reid (2004), avaliaram os respectivos benefícios da Open Stance e da Square Stance, durante a execução.
Embora os jogadores possam usar as duas técnicas (dependendo da estrutura táctica da situação) é a adopção do Open Stance, que tem prevalecido como a preferida na grande maioria dos jogadores modernos, permitindo velocidades e potências elevadas, devido sobretudo à rotação do tronco. No entanto, a pesquisa indica que a Square Stance consegue produzir velocidades mais elevadas na aceleração da raquete, do que as demonstradas na Open Stance, (Bahamonde e Knudson, 2003), citados por Crespo e Reid (2003).
A rotação do tronco na execução dos gestos técnicos é uma das principais razões pela mudança da técnica de execução no gesto técnico de direita. Como já foi referido, muitos jogadores de ténis profissionais, adoptam frequentemente a Open Stance, influenciados muitas das vezes a essa mesma adopção, pelos próprios treinadores. A Open Stance tem de facto vantagens em relação à cobertura do court e às recuperações, devido à posição paralela do jogador em relação à rede no momento de impacto (Hopkins, 1981), citado por Crespo e Reid (2003), e muitos treinadores acreditam na eficácia desta posição devido às elevadas acelerações da velocidade da raquete, causadas pela rotação do tronco. No entanto, não existe pesquisa que suporte esta teoria. De referir também que a Open Stance utiliza muito pouco o momentum linear. Em contrapartida, a Square Stance, retira vantagens da utilização do momentum linear e angular.
Em termos de conclusão, a adopção da Open Stance durante o jogo, muitas das vezes, deve-se à situação táctica do mesmo, não estando relacionada de forma alguma com velocidades de aceleração da raquete.
Em relação à prevenção de lesões as opiniões divergem. Segundo Groppel, (1995), citado por Crespo e Reid, a Open Stance pode aumentar o risco de lesões de uso excessivo, no trem superior, mas pelo contrário, segundo Bahamonde e Knudson (2003), citados por Crespo e Reid (2003), este tipo de posição não aumenta a carga nas articulações do trem superior.
Resumindo, é evidente que a prevalência na instrução do gesto técnico de direita em Open Stance sobre o gesto técnico de direita em Square Stance ou vice-versa, não deve ser prescrito antecipadamente pelo treinador. Os jogadores devem ser capazes de executar ambas as técnicas na perfeição, de maneira a alcançar um maior nível de rendimento possível.
Em termos de aproveitamento ideal de ambos os momentos (linear e angular), a técnica mais adequada é a semi-openstance, em que os jogadores aproveitam todas as caracterísitcas angulares relacionadas com o Openstance, e usam em simultâneo a transferência de peso de trás para a frente (momento linear), tirando assim proveito dos dois factores principais na geração de potência no movimento. Este tipo de execução intermédia também permite obter boas amplitudes no percurso de aceleração da raquete, que é um factor vital para gerar velocidade no movimento.
Neste artigo iremos considerar a posição de square stance (posição semi-fechada) como uma posição em que a linha formada por ambos os pés se encontra perpendicular à rede, e a posição de openstance (posição aberta) com a linha formada pelos dois pés paralela à rede.
Uma das maiores preocupações dos jogadores de ténis, é encontrar a forma mais eficaz de aumentar a velocidade de execução, e consequentemente a velocidade da bola, sem no entanto perder controlo no respectivo gesto técnico. Este equilíbrio pode ser alcançado através do correcto desenvolvimento do momento linear e do momento angular e suas relações com as diversas posições dos segmentos corporais. Momento linear representa a quantidade de movimento linear que um corpo consegue produzir. No gesto técnico de direita, o momento linear é desenvolvido através de forças geradas no solo (GRF – Ground Reaction Force), aquando da flexão dos membros inferiores, sendo posteriormente transferidas da perna em posição posterior para a perna em posição anterior. No fundo, o momento linear está relacionado com a chamada transferência de peso “de trás para a frente”. Momento angular representa a quantidade de movimento angular que um objecto consegue produzir. No caso específico do movimento de direita, o momento angular é desenvolvido pela força opositora gerada pelo solo e tende a produzir uma sequência de rotações em diversos segmentos corporais (membros inferiores, anca, tronco, braço, pulso e raquete). Estas rotações quando eficazmente coordenadas com um correcto aproveitamento das estruturas musculares, vão incrementar a velocidade segmento a segmento da cadeia cinética até à raquete. Uma óptima rotação do tronco é fundamental para criar um eficaz momento angular. O tronco faz a ligação entre a energia gerada nos membros inferiores e o braço hábil que suporta a raquete. Está provado que a rotação do tronco está, não só relacionada com a velocidade da raquete, contribuindo em 10% da velocidade final da mesma, mas também com o pré-alongamento dos músculos responsáveis pela aceleração ao nível dos ombros, permitindo assim um maior uso das propriedades elásticas dos respectivos agonistas do movimento, bem como do ciclo muscular alongamento-encurtamento, que pode fazer aumentar a velocidade do segmento em cerca de 20% se realizado em tempos optimais (Besier et at, 1999).IActualmente, o ténis apresenta um carácter competitivo extremamente elevado, em que o sucesso dos jogadores, depende não só da condição física, da motivação e dos aspectos tácticos (Roetert et. al.,1992), citado por Crespo e Reid (2004), mas também da eficiência mecânica dos gestos técnicos individuais. Torna-se então extremamente importante para qualquer treinador, analisar e corrigir todo o tipo de erros mecânicos na performance dos jogadores, para ganhar então, um conhecimento biomecânico profundo, associado à execução dos diferentes gestos técnicos.
A execução do gesto técnico de direita em topspin, tem vindo a evoluir consideravelmente ao longo dos anos. Hoje em dia, os tenistas usam uma variedade de técnicas diferentes em relação às pegas, posições, fases de preparação (backswings) e fases de aceleração (forwardswings), para a execução do respectivo gesto técnico. No entanto, enquanto que alguns destes factores têm sido alvo de análises profundas, apenas muito recentemente se começou a estudar o impacto da posição adoptada pelo jogador em relação à bola, no sucesso final da execução do gesto técnico. Bahamonde e Knudson (1998), citados por Crespo e Reid (2004), avaliaram os respectivos benefícios da Open Stance e da Square Stance, durante a execução.
Embora os jogadores possam usar as duas técnicas (dependendo da estrutura táctica da situação) é a adopção do Open Stance, que tem prevalecido como a preferida na grande maioria dos jogadores modernos, permitindo velocidades e potências elevadas, devido sobretudo à rotação do tronco. No entanto, a pesquisa indica que a Square Stance consegue produzir velocidades mais elevadas na aceleração da raquete, do que as demonstradas na Open Stance, (Bahamonde e Knudson, 2003), citados por Crespo e Reid (2003).
A rotação do tronco na execução dos gestos técnicos é uma das principais razões pela mudança da técnica de execução no gesto técnico de direita. Como já foi referido, muitos jogadores de ténis profissionais, adoptam frequentemente a Open Stance, influenciados muitas das vezes a essa mesma adopção, pelos próprios treinadores. A Open Stance tem de facto vantagens em relação à cobertura do court e às recuperações, devido à posição paralela do jogador em relação à rede no momento de impacto (Hopkins, 1981), citado por Crespo e Reid (2003), e muitos treinadores acreditam na eficácia desta posição devido às elevadas acelerações da velocidade da raquete, causadas pela rotação do tronco. No entanto, não existe pesquisa que suporte esta teoria. De referir também que a Open Stance utiliza muito pouco o momentum linear. Em contrapartida, a Square Stance, retira vantagens da utilização do momentum linear e angular.
Em termos de conclusão, a adopção da Open Stance durante o jogo, muitas das vezes, deve-se à situação táctica do mesmo, não estando relacionada de forma alguma com velocidades de aceleração da raquete.
Em relação à prevenção de lesões as opiniões divergem. Segundo Groppel, (1995), citado por Crespo e Reid, a Open Stance pode aumentar o risco de lesões de uso excessivo, no trem superior, mas pelo contrário, segundo Bahamonde e Knudson (2003), citados por Crespo e Reid (2003), este tipo de posição não aumenta a carga nas articulações do trem superior.
Resumindo, é evidente que a prevalência na instrução do gesto técnico de direita em Open Stance sobre o gesto técnico de direita em Square Stance ou vice-versa, não deve ser prescrito antecipadamente pelo treinador. Os jogadores devem ser capazes de executar ambas as técnicas na perfeição, de maneira a alcançar um maior nível de rendimento possível.
Em termos de aproveitamento ideal de ambos os momentos (linear e angular), a técnica mais adequada é a semi-openstance, em que os jogadores aproveitam todas as caracterísitcas angulares relacionadas com o Openstance, e usam em simultâneo a transferência de peso de trás para a frente (momento linear), tirando assim proveito dos dois factores principais na geração de potência no movimento. Este tipo de execução intermédia também permite obter boas amplitudes no percurso de aceleração da raquete, que é um factor vital para gerar velocidade no movimento.
Pedro Caraslindas
Escola Superior de Desporto de Rio Maior
Licenciatura em Treino Desportivo - Aluno da especialização em Ténis
<< Home