AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO EQUILÍBRIO MUSCULAR NA ROTAÇÃO DO OMBRO EM TENISTAS
O processo de treino ao nível do alto rendimento pode alterar equilíbrios entre os diferentes grupos musculares. Movimentos repetitivos podem tornar certos músculos mais fortes como consequência de uma maior solicitação, em relação a outros grupos musculares com escassa participação nesses mesmos movimentos.
No Ténis – modalidade desportiva onde se repete elevado número de movimentos de rotação interna do braço com grande força ou potência – os jogadores são frequentemente afectados por lesões no ombro dominante. Lesões essas que comprometem, com alguma frequência, a evolução normal da sua carreira. Um dos factores de risco que mais contribui para esse potencial de lesão é o maior desenvolvimento dos músculos rotadores internos do braço em relação aos rotadores externos. Com este desequilíbrio muscular, o tenista pode não ser capaz de estabilizar e desacelerar convenientemente o braço, aumentando assim a probabilidade de lesão.
Assim, no tenista, o ombro dominante apresenta, normalmente, um perfil que se pode caracterizar da seguinte forma: tendência para a perda de força de rotação externa em relação à de rotação interna, aumento da amplitude no movimento de rotação externa e redução de amplitude no movimento de rotação interna.
A avaliação da força isocinética tem vindo a ser usada como uma rotina que permite acompanhar e despistar este tipo de desequilíbrios. Existem estudos que calcularam o valor de ratio associado ao equilíbrio muscular entre a força dos rotadores externos e a força dos rotadores internos (ratio RE:RI) no intervalo entre 66 e 76% (Egret et al., 1999; Alderink & Kuck, 1986).
No Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo da FMH, são feitas, regularmente, avaliações isocinéticas do ombro de atletas das selecções nacionais portuguesas dos diferentes escalões de modalidades, tais como a natação, o basquetebol, o andebol e o ténis (Pezarat-Correia, Valamatos, Alves et al., 2005; Alves, Valamatos, Pezarat-Correia et al., 2005; Pezarat-Correia, Valamatos, Alves & Santos, 2006).
Foi realizado um trabalho experimental com uma amostra de 32 jovens tenistas portugueses de idade júnior (16-18) masculinos em que foram avaliados parâmetros de força isocinética (em BIODEX) de rotação externa e interna do braço em duas velocidades (90 e 180º/s) e foi também avaliada a amplitude do movimento de rotação de ambos os ombros através de goniometria. Os resultados demonstraram que os níveis de força concêntrica de rotação externa e rotação interna são mais elevados no braço dominante e que o ratio RE:RI a 90º/s foi superior no ombro não dominante. Verificou-se também maior amplitude de rotação externa e menor amplitude de rotação interna no membro dominante relativamente ao membro não dominante. Considerando que elevados índices de força de rotação interna do braço constituem uma característica importante no rendimento de gestos técnicos do ténis, estes resultados sugerem a necessidade de uma atenção especial do desenvolvimento da flexibilidade e da força dos músculos rotadores externos do braço nos escalões de formação de forma a atenuar desequilíbrios que aumentem o risco de lesão no tenista.
André Nunes (autor)
Licenciado em Ciências do Desporto, menção Educação Física e Desporto Escolar
Mestre em Treino do Jovem Atleta pela Faculdade de Motricidade Humana - UTL
Pedro Pezarat-Correia (orientador)No Ténis – modalidade desportiva onde se repete elevado número de movimentos de rotação interna do braço com grande força ou potência – os jogadores são frequentemente afectados por lesões no ombro dominante. Lesões essas que comprometem, com alguma frequência, a evolução normal da sua carreira. Um dos factores de risco que mais contribui para esse potencial de lesão é o maior desenvolvimento dos músculos rotadores internos do braço em relação aos rotadores externos. Com este desequilíbrio muscular, o tenista pode não ser capaz de estabilizar e desacelerar convenientemente o braço, aumentando assim a probabilidade de lesão.
Assim, no tenista, o ombro dominante apresenta, normalmente, um perfil que se pode caracterizar da seguinte forma: tendência para a perda de força de rotação externa em relação à de rotação interna, aumento da amplitude no movimento de rotação externa e redução de amplitude no movimento de rotação interna.
A avaliação da força isocinética tem vindo a ser usada como uma rotina que permite acompanhar e despistar este tipo de desequilíbrios. Existem estudos que calcularam o valor de ratio associado ao equilíbrio muscular entre a força dos rotadores externos e a força dos rotadores internos (ratio RE:RI) no intervalo entre 66 e 76% (Egret et al., 1999; Alderink & Kuck, 1986).
No Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo da FMH, são feitas, regularmente, avaliações isocinéticas do ombro de atletas das selecções nacionais portuguesas dos diferentes escalões de modalidades, tais como a natação, o basquetebol, o andebol e o ténis (Pezarat-Correia, Valamatos, Alves et al., 2005; Alves, Valamatos, Pezarat-Correia et al., 2005; Pezarat-Correia, Valamatos, Alves & Santos, 2006).
Foi realizado um trabalho experimental com uma amostra de 32 jovens tenistas portugueses de idade júnior (16-18) masculinos em que foram avaliados parâmetros de força isocinética (em BIODEX) de rotação externa e interna do braço em duas velocidades (90 e 180º/s) e foi também avaliada a amplitude do movimento de rotação de ambos os ombros através de goniometria. Os resultados demonstraram que os níveis de força concêntrica de rotação externa e rotação interna são mais elevados no braço dominante e que o ratio RE:RI a 90º/s foi superior no ombro não dominante. Verificou-se também maior amplitude de rotação externa e menor amplitude de rotação interna no membro dominante relativamente ao membro não dominante. Considerando que elevados índices de força de rotação interna do braço constituem uma característica importante no rendimento de gestos técnicos do ténis, estes resultados sugerem a necessidade de uma atenção especial do desenvolvimento da flexibilidade e da força dos músculos rotadores externos do braço nos escalões de formação de forma a atenuar desequilíbrios que aumentem o risco de lesão no tenista.
André Nunes (autor)
Licenciado em Ciências do Desporto, menção Educação Física e Desporto Escolar
Mestre em Treino do Jovem Atleta pela Faculdade de Motricidade Humana - UTL
Professor Associado da Faculdade de Motricidade Humana
Doutorado em Ciências da Motricidade
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