MINI-TÉNIS - ETAPA DECISIVA NA FORMAÇÃO DO JOVEM TENISTA (PARTE III)

(Continuação)

10. Organização da aula
- Promover ao máximo de tempo útil de prática.
- Organizar duas a três áreas dentro da mesma aula, onde os alunos realizem diferentes tarefas ao mesmo tempo.
- Procurar utilizar diferentes estilos de ensino (ensino recíproco, tarefa, comando directo, resolução de problemas, descoberta guiada, etc.)
- Exemplo de organização de uma aula: 1 área onde os alunos executam serviços para uma zona marcada; 1 área onde os alunos cooperam uns com os outros para aperfeiçoamento técnico de direita e esquerda; 1 área onde os alunos jogam em oposição em campo reduzido. Treinador supervisiona toda a actividade (ensina, corrige, organiza).


11. Exemplo de uma aula tipo
- Parte Inicial (15`): Recepção dos alunos = informar sobre objectivos = aquecimento (lúdico) = Trabalho de coordenação, velocidade e agilidade.

-Parte Fundamental (25`): trabalho técnico-táctico (preferencialmente organizado por áreas com tarefas distintas)

- Parte Final (10`): Situação lúdica e divertida (jogo) = exercícios lúdicos para desenvolvimento da força, flexibilidade = Balanço da aula e lançamento da aula seguinte.


12. Preocupações pedagógicas
- Motivar e questionar (utilizar predominantemente feed-back positivo e interrogativo);
- Planear a sessão e evitar improvisar;
- Dominar as progressões de aprendizagem;
- Propor exercícios em função dos objectivos que se pretendem atingir;
- Utilizar material didáctico apelativo (cones, arcos, bolas com diferentes cores, etc.);
- Definir objectivos com os alunos no início da sessão e fazer um balanço no final;
- Demonstrações lentas, breves e claras;
- Ter em atenção os factores de segurança;
- Valorizar o empenhamento dos alunos;
- Promover a autonomia e auto-confiança dos alunos;
- Terminar sempre a sessão com uma situação lúdica e divertida;
- Transmitir os conteúdos de forma simples;
- Para ensinar, utilizar predominantemente a demonstração (imagem visual);
- Estimular e transmitir entusiasmo pela prática desportiva;
- Ter paciência e criatividade;
- Promover o sucesso dos alunos adaptando as tarefas às suas capacidades;
- Promover o fair-play.


13. Conclusão
Alguns treinadores têm como principal preocupação colocar os seus alunos a jogar, o mais precocemente possível, num campo de dimensões oficiais. Este é, quanto a nós, um erro que pode constituir um factor limitativo da evolução do jogador a médio e longo prazo. Para além disso, pode constituir um possível factor de desmotivação e consequente desistência da modalidade. Por outro lado, a aquisição da técnica é dificultada e o desenvolvimento das noções tácticas de jogo são praticamente nulas, resumindo-se à preocupação de colocar a bola do outro lado da rede.
No entanto, e segundo Crespo (1989), o mini-ténis tem de ser considerado um meio, e nunca um fim, para que os jogadores aprendam habilidades gerais e estejam mais bem preparados para começar a jogar ténis.


Pedro Felner
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